Natan Cavalcante e Samara Monteiro, 18 e 19 anos, estudantes de Jornalismo e Direito, respectivamente. Concordamos, discordamos, questionamos e expomos nosso ponto de vista como juventude pensante e participativa na sociedade. Aqui é sempre fim de tarde, num parque onde todos os bancos são nossos.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Liberdade, ainda que tardia - Será?

Polícia nas ruas, armas em punho. Muito se falou nos últimos meses sobre a "tomada" de alguns morros cariocas pelas forças policiais. Inúmeras reportagens - muitas delas enfadonhas, confesso - retratando cada passo dado pelos "homens de preto" em direção à tão esperada paz que muitos esperam ser o resultado de tão grande operação. Na televisão mostra-se a população agradecendo-lhes, os militares beijando crianças - com quem será que aprenderam? - e todos comentando sobre os vestígios do poder estatal que via-se ali.

Mas nem tudo são flores, principalmente em um país como o nosso. "Esqueceram" de mostrar que aquele povo continua vivendo na favela, pobre, desustruturado e sem a devida assistência do Estado. Que a polícia brasileira talvez não mereça toda a confiança que lhe está sendo depositada. Que muitos daqueles moradores já sofreram abusos destas autoridades. Tantou se falou que a população não está mais sob o domínio do tráfico, então está sob o domínio de quem? As armas são as mesmas, as táticas violentas muitas vezes também! Em quem estamos confiando? A quem recorreremos quando os que devem proteger-nos fizerem exatamente o que deveriam evitar? Sou a favor da prisão dos traficantes, mas também de alguns policiais, tão criminosos quanto eles. A polícia é o instrumento de força do Direito, se esta não funciona, de que nos servem as leis? Como pode haver lei quando nem mesmo seus homens respeitam-na? Não há arcanjos neste céu, e confesso que me falta um pouco de fé em suas promessas.

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