Natan Cavalcante e Samara Monteiro, 18 e 19 anos, estudantes de Jornalismo e Direito, respectivamente. Concordamos, discordamos, questionamos e expomos nosso ponto de vista como juventude pensante e participativa na sociedade. Aqui é sempre fim de tarde, num parque onde todos os bancos são nossos.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Anistia ou anarquia?

Censura 16 anos, era classificação do último filme que vi no cinema. Longas filas, salas lotadas, mas fui assim mesmo. Não demorou para os primeiros problemas aparecerem...

Logo na entrada, dois meninos tentavam furar a imensa fila, e, sob protestos dos que esperavam nela tão (im)pacientemente nela, o funcionário do cinema os deixou passar. Para alguns pode parecer banal, mas para mim esse é um ato de extrema cara de pau e falta de respeito. Já dentro da sala, a confusão chegou ao ápice: bagunça generalizada, gritaria, gente ouvindo música no celular – e forçando-nos a ouvir junto – tudo isso antes de começar o filme. Até que veio uma funcionária do cinema, comunicar que era necessária a saída de alguns elementos da sala, devido ao tumulto provocado. Pronto, estava armado o circo.
A senhora deu-lhes uma lição de moral e boas maneiras, advertindo-os que caso se recusassem a sair, voltaria acompanhada dos seguranças do shopping, que os retiraria à força. Os adolescentes – ou seriam crianças? – pediram uma segunda chance para comportar-se melhor, sob a justificativa de uma garota que dizia que “não sabia que já deveriam estar quietos, pois o filme ainda não começara... os funcionários do cinema deveriam ter avisado que eles não podiam fazer aquilo, ou seriam convidados a se retirar.” Pois é, o mesmo argumento que seria utilizado pelo meu irmão de 4 anos. Um senhor que estava ao meu lado gritava: “Anistia a galera aí!”, e recebia a reprovação da “galera”, que provavelmente não sabia o que era anistiar. Anistia concedida, a funcionária retirou-se, sendo ovacionada – mas que ironia! – ao som de urros e aplausos dos demais presentes.
Não satisfeito, um outro grupo também queria aparecer. Infernizaram uma senhora até que um homem levantou-se aos gritos, ameaçando ele mesmo retirá-los da sala, e alegando que tinha poder para isto, pois era policial.

O silêncio reinou na sala – mas que quimera! Alguns instantes depois, a tela escureceu e acenderam-se as luzes. Foi bom enquanto durou.

As pessoas saíram da sala impressionadas com o filme, mas muito poucas com suas próprias atitudes. Sim, a corrupção – não apenas do erário, mas dos valores, principalmente – que nos é mostrada no filme é chocante e inescrupulosa. Mas eu costumo sempre dizer que os governos são como um reflexo aumentado dos seus governados. Enquanto o povo não crescer mentalmente, não há governo que provenha o progresso. Até quando, meu Brasil?

Apesar de tudo, gostei do filme, e espero brevemente expor aqui minhas concepções a respeito. É um dos poucos filmes nacionais que eu não tenho a impressão de estar vendo uma novela da Globo. Infelizmente, a novela brasileira eu continuo a presenciar, todos os dias.

Um comentário:

  1. Opa,
    passando por aqui e gostei do "post"!
    Fiz uma espécie de crítica no meu blog novo, foi meu "post" de estreia!
    Dá uma olhada depois:

    http://pontodedesacordo.blogspot.com/2010/11/critica-ao-post-anistia-ou-anarquia-do.html


    Um abraço...
    Estou seguindo!

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